[DISCLAIMER: O presente texto é uma mera ficção cujo único objetivo é gerar o entretenimento e a comédia. As opiniões contidas nesse texto não necessariamente refletem as ideias do autor do texto e, todos os nomes citados são fictícios não remetendo a pessoas e entidades reais. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.]
[Leia o texto ouvindo essa música baixinho]
Você acorda, finalmente, do coma. Você olha ao redor e está em hospital, tudo é muito limpo, minimalista e tecnológico.
Uma mulher vestida de enfermeira entra e diz:
“Parece que você acordou, não é mesmo? Nosso novo tratamento com células X está fazendo efeito.”
“O que aconteceu? Por que estou aqui?”
“O senhor estava em coma. O senhor teve uma reação nervosa decorrente do estresse pós traumático resultante da vitória de Lule, no ano de 2022. Desde aquela época o senhor está aqui.”
“Desde aquela época? Quanto tempo eu fiquei aqui?” Você pergunta à enfermeira.
“O senhor está aqui há 27 anos. Estamos no ano de 2049.”
Surpreso, você olha se olha no reflexo do viro, você se vê… ainda jovem. Você diz a enfermeira:
“2049? Isso não é possível. Eu ainda aparento ter 20 anos.”
“O senhor mantêm essa aparência pois foi criogenicamente congelado, faz um ano só que o senhor foi descongelado para testes com o novo tratamento. Mas, pelo menos em teoria, o senhor apesar da aparência de 20, possui 47 anos. Por isso inclusive uso esse termo, senhor, porque é adequado à pessoas da sua idade.”
A enfermeira termina a frase em um tom como se estivesse cumprindo uma ordem programada em seu cérebro. Mais tarde, você descobre que ela é um robô.
Você respira um pouco, leva as mãos ao rosto e, após um breve momento de silêncio, faz uma pergunta.
“E o que aconteceu com Lule? E Bolsonare?”
A enfermeira para um breve momento para consultar seu banco de dados históricos. Após receber as informações, ela responde.
“Lule foi removido do poder na metade dos anos 20 após comprar briga com o lobby sionista transnacional iluminista hermético maçônico. Ele morreu alguns anos após isso, exilado e sozinho. Sua esposa Janjis o traiu com o ministro do STF na época, o Flavius Dinus.”
Você escuta tudo e, por um momento, sente-se meio culpado em sentir-se feliz por Lule já estar morto. Sua curiosidade, contudo, não deixa o assunto morrer…
“E Bolsonare?”
“Bolsonare também está morto. Ele morreu de desgosto no ano de 2029 ao descobrir que sua esposa realmente havia dado para o seu ministro Osmar Enterra no avião presidencial… ele viu o vídeo e não aguentou… já fazem 20 anos.”
“Nossa, todo mundo foi corno e morreu e eu estou aqui ainda…” Você termina a frase meio sem acreditar.
A enfermeira robô interrompe e informa.
“Sim, é verdade, do pessoal daquela época, com exceção de Michel Temer, todos já foram cornos e faleceram.”
Você senta na cama perplexo, muito tempo se passou com você em coma… você se sente levemente desconfortável, como se fosse um estranho em um mundo completamente novo. Você se levanta da cama, vai até a janela e observa uma calma chuva do lado de fora. Você decide perguntar.
“Se Lule e Bolsonare já morreram… quem atualmente está comandando o Brasil?”
“Brasil?” A robô se pergunta surpresa enquanto faz uma expressão de quem ouviu um termo muito antigo já em desuso. Rapidamente ela pesquisa por essa palavra em seu banco de dados e em seguida responde:
“Ah sim, Brasil… esse era o nome do país na sua época.”
Surpreso, você questiona.
“Como assim? O nome não é mais Brasil? Onde eu estou? Quem é o presidente?” Confuso e meio enfraquecido pelos anos de criogenia, você senta-se na cama, a enfermeira responde.
“O presidente? O presidente é o Newman.”
“O Newman?” Você questiona confuso.
“Sim, o Newman.” Responde a enfermeira em um tom de obviedade.
“Aquele Newman???” Você mais uma vez pergunta.
“Sim, aquele mesmo.”
“Não é possível… o Newman? Presidente do Brasil?” Você questiona a si mesmo, incrédulo.
“Na verdade não é Brasil mais. Atualmente o nome do seu país é RPDN.”
“RPDN? O que é isso?”
“RPDN é a abreviação do nome completo, que é República Popular Democrática do Newman.”
“Isso não é possível! Como o Newman é presidente?”
A enfermeira consulta mais uma vez o seu banco de dados, ela responde em tom protocolar:
“Após a grande revolta popular de 2035 as instituições sociais entraram em colapso e surgiu um grande caos que resultou na morte de mais de 1 milhão de brasileiros. Desse caos surgiu uma nova ordem e dessa nova ordem, surgiu o Newman. Ele veio com um plano de operações psicológicas para convencer as pessoas de era necessário ter uma República, que fosse Popular e que fosse Democrática onde ele seria o líder. Obviamente Newman sabia que nenhum país que se diz república é uma república, que nenhum país que se diz popular é popular e nenhum país que se diz democrático é verdadeiramente democrático. Tudo foi um grande plano de operações psicológicas para assumir o poder. Assim que assumiu o poder, Newman mudou o nome de Brasil para RPDN e se autodeclarou Konungr. Konungr é um título que significa rei na linguagem Viking antiga do paganismo nórdico-germânico.”
“O que?!” Você escuta perplexo, sem conseguir acreditar. A enfermeira completa:
“Eu disse paganismo nórdico-germânico pois essa é a linguagem de sua época. Na verdade no “Brasil” atual, o politeísmo Viking é a religião oficial, não é mais uma religião pagã.”
“E o cristianismo?” Você pergunta à enfermeira robô.
A enfermeira escuta e faz uma expressão de quem nunca ouvira antes essa palavra, ela pergunta:
“O que?”
“Cristianismo… a fé em Cristo.”
“Desculpe, mas deve estar ocorrendo algum engano, essa palavra não consta em meu banco de dados. Você tem certeza de que o termo é esse?”
“Sim tenho, é Cristianismo, a fé em Jesus Christo como messias. Como você não conhece isso?”
“Desculpe senhor mas essa palavra não consta em meu banco de dados.”
“O que consta em seu conhecimento sobre religião?”
“Muita coisa, mas não isso. A crença atual da RPDN é a religião Viking. Existem nove mundos: Midgard, Asgard, Niflheim, Vanaheim, Svartalfheim, Jotunheim, Nidavellir, Muspelheim e Álfheim. Existem também uma série de Deuses… são eles…”
Você interrompe a enfermeira, perguntando.
“E catolicismo, você não conhece?”
“Essa palavra não consta no meu banco de dados.”
Você pensa um pouco. Essa altura, já sacando que você estava falando com um robô, você diz.
“Pesquise em seu banco de dados por Yeshua Hamashiach.”
A enfermeira pesquisa.
“Ah sim, Yeshua Hamashiach, é o nome de um habitante famoso do oriente médio… mas… é estranho…”
“O que é estranho?”
“Eu não consigo saber o porquê ele foi famoso. Existem fragmentos de informação faltantes. Peço desculpas pela inconveniência.”
A enfermeira robô olha para você com uma expressão de confusão e vergonha por não conseguir encontrar a resposta. Ela diz depois de um momento.
“Descanse um pouco. Quando o senhor estiver bom o senhor poderá sair do hospital.”
“Sair para onde? Eu não tenho para onde ir…”
Nesse momento você lembra de sua família.
“Meu Deus, minha família… se eu estou em 2049 provavelmente eles já estão todos mortos… eu estou sozinho no mundo.”
A enfermeira ignora suas preocupações e diz.
“Descanse, precisamos que o senhor esteja bem para que seja submetido a um teste de Q.I.”
“Q.I.? Como assim?”
“Newman, ao criar a nova constituição, criou um artigo que estabelece a submissão da população da RPDN a testes periódicos de Q.I. para implementação de políticas públicas mais inequitativas. O senhor fará um em breve, é obrigatório. Agora descanse.”
A enfermeira fecha a porta.
[NO OUTRO DIA]
Uma porta se abre automaticamente e, de dentro dela, em uma cadeira de rodas autopropulcionada, você sai. Sua mente ainda está zonza e você não entende direito o que está acontecendo. Você havia ficado quase uma hora e meia respondendo testes de aferição de quociente de inteligência. Colocando triângulos dentro de triângulos, marcando o que há de comum entre figuras que apareciam, resolvendo questões de lógica entre muitas outra coisas que você já nem se lembra mais.
A cadeira leva você até seu quarto. Lá a enfermeira robô está esperando com um tablet em mãos. Ela confere os dados.
“Tenho boas notícias, seu teste de Q.I. passou do limite mínimo aceitável. Na verdade o senhor deu sorte. O seu teste deu exatamente no limite. 100 pontos. Isso não o qualifica para trabalhos muito avançados nem dá ao senhor o privilégio da reprodução mas, pelo menos o senhor está no limite.”
Você, confuso sem entender, questiona a enfermeira.
“O que acontece com quem não passa nesse teste?”
A resposta da enfermeira é rápida e direta.
“Meus protocolos não autorizam que eu responda esse tipo de perguntas. Peço desculpas.”
“E agora? O que eu faço? Eu não tenho para onde ir.”
“Não se preocupe, nós cuidaremos disso. A RPDN adicionou o senhor em um programa de auxílio a pessoas descreogenizadas. O senhor terá um lugar para morar e um emprego. Estaremos também designando uma ajudante robô para te guiar por esse novo estágio da sua vida. Sua nova vida. Eu preciso perguntar sobre a ajudante com relação ao padrão estético de sua preferência: loira, morena, ruiva ou exótica?”
“Como assim?” Você questiona.
“É uma pergunta: loira, morena, ruiva ou exótica? Os protocolos me dizem para ter paciência com pessoas com seu nível de Q.I. você tem um Q.I. no limite, é quase uma inteligência desfuncional por isso entendo que responder essa pergunta não seja fácil para o senhor. Responda: loira, morena, ruiva ou exótica?”
Você olha confuso. Na verdade, desde que você acordou aquela tinha sido praticamente a única expressão que você fazia. Aquele era um mundo novo e você ainda estava aprendendo. Meio no chute, sem pensar, você diz.
“Exótica. Seja lá o que isso significa.”
“Perfeito. Vamos encaminhar um modelo exótico para o seu novo apartamento. Deverá ser rapidamente entregue.” A enfermeira começa a fazer escrituras no Tablet, em linguagem nórdica. Depois de uns momentos ela diz.
“Vou deixar o senhor sozinho para que o senhor se vista. Daqui a pouco retomamos a nossa conversa.”
[MAIS TARDE]
A cadeira de rodas o leva para fora do hospital. No estacionamento você sente a chuva tocando seu rosto. É uma sensação agradável que você não sentia há muitos anos. Contudo, fora a chuva, nada que você experiência é como era antes… a medida que sua cadeira de rodas vai andando em direção a enfermeira que espera ao longe com um guarda chuva, você olha ao redor…
Você vê prédios com centenas de andares e da largura de quarteirões. Você vê outdoores holográficos gigantescos fazendo propagandas de empresas, a maioria delas que não são de sua época… letreiros em linguagem viking, você não entende nada. Ao fundo você ouve distante e bem forte barulhos de hondas civics futuristas rebaixados cortando giro com seus motores de propulsão à plasma. Tudo parece muito estranho e, por um momento ao olhar para a lua em meio a chuva, você tem a impressão de ter visto o rosto do Newman em um outdoor na lua. Eis que sua cadeira de roda chega e para ao lado da enfermeira, ela diz.
“Sua carona está chegando. Lá vem ela.”
Por uma avenida de alto fluxo, muito movimentada por carros que planam sob a estrada, um carro vem. O carro para exatamente onde vocês estão e, automaticamente a porta do carro se abre, se abre para cima. A enfermeira diz.
“Pode entrar senhor, o carro o levará ao seu destino.”
Você se levanta e sente suas pernas funcionando. Conforme você se aproxima do carro, a enfermeira vai junto com um guarda chuva te protegendo. Você fica surpreso ao se dar conta de que o carro não tem motorista.
“Eu não posso entrar em um carro sem motorista.” A enfermeira, em um tom amistoso e acolhedor de enfermeira responde.
“Não se preocupe, carros assim são seguros, esse é um modelo novo da Tesba.”
“Tesba? A empresa de Ilon Mansk?”
“Bom, na verdade agora a empresa é de George Boros, o que aconteceu foi que…”
Você dá um suspiro e faz um sinal de chega com a mão e uma cara de quem está de saco cheio. Você diz.
“Ah, quer saber, deixa para lá… eu nem quero saber o que aconteceu. Eu vou entrar no carro e deu.”
Você entra no carro, antes da porta se fechar, a enfermeira robô diz enquanto te alcança um cartão.
“Tome, esse é o seu cartão… você vai precisar dele para entrar no seu apartamento.”
Você pega o cartão, é um cartão cinza pequeno com o numero de dois dígitos escrito em linguagem viking, em amarelo fluorescente, que acenda e apaga lentamente. A porta se fecha e o carro pega uma grande e extensa rodovia, você cai no sono.
[MAIS TARDE]
Você acorda com o barulho da porta do carro se abrindo, no painel diz “Destino alcançado, por favor, desembarque do veículo.”. Entretanto, está escrito em linguagem Viking e você não entende nada o que está escrito. Mas, você deduz corretamente que tem que descer. Ao descer você se dá conta que está dentro da garagem fechada de um grande prédio.
Com o cartão em mãos, você busca um lugar para ir. Você olha ao redor e vê centenas de carros estacionados. Lá longe, você olha por cima de um carro e vê uma porta do que parece um elevador. Você caminha até lá e, ao chegar próximo, as portas se abrem.
Você olha o símbolo do seu cartão e aperta os botões correspondentes no elevador, mesmo sem saber o que significam. O elevador sobe muito alto, você conta 88 andares mentalmente. O elevador para e as portas se abrem, tudo está escuro no corredor.
A medida que você anda pelo corredor pequenas luzes no chão se acendem na direção onde você anda. Você diz a si mesmo.
“Eu tenho esse cartão aqui mas tá cheio de apartamentos nesse andar…”
Você passa de porta em porta e aproxima o cartão de cada uma delas. Você vai passando e cada porta vai acendendo uma luz vermelha. Eis que, você aproxima o cartão de uma porta e uma luz verde acende. Você abre a porta e entra.
A sala toda está escura mas, na sacada do apartamento você vê uma silhueta feminina de costas, olhando para os arranha-céus do lado de fora. Você fecha a porta e, com o barulho, ela escuta e se vira para onde você está.
A escuridão, contudo, não permite ainda que você veja o rosto dela.
Você tenta tatear um lado da porta a procura de um interruptor para acender as luzes mas você não encontra nada.
A moça abre a porta da sacada e entra, em silêncio. Você ainda não consegue vê-la.
Dessa vez, você tenta tatear o outro lado mas, também não encontra o interruptor.
A moça então, caminha no escuro até o centro da sala e diz em voz alta “Ijós!” (que é “luz”, em islandês).
As luzes se acendem te cegando momentaneamente. Enquanto você tenta focar os olhos para olhar para ela, a moça diz, em português:
“Seja bem vindo, espero que tenha tido uma boa viagem, eu sou a sua ajudante.”
Você foca a sua visão aos poucos e vê a silhueta de uma jovem em uma camisola sensual de seda bordô. A camisola vai até mais ou menos metade das coxas e a parte da frente é aberta em um ousado decote.
Você então olha para o rosto dela, para o rosto de sua ajudante exótica, um rosto familiar, é o rosto de Greta Thinberg.
[CONTINUA….]
[PS: Os próximos episódios não irão descambar para um rumo 50 tons de cinza com a Greta, fique tranquilo leitor rsrsrs]
Achei que a enfermeira exótica ia ser uma neo-mulher, um kinder-ovo com surpresinha, uma "moça" a moda Pablo Vittar. O sonho dos cidadãos do Ancapistão
Homero, penso eu que você deveria esperar algumas horas para escrever um artigo após retornar do centro de humanas da faculdade, aquela neblina lá não faz bem para as ideias kkkkk. Abraços